A indústria é o conjunto de atividades que transformam, por meio de processos artesanais ou mecanizados, matérias-primas em produtos. De uma maneira bem ampla, inclui desde o trabalho manual voltado para o autoconsumo até a produção altamente tecnológica de equipamentos eletrônicos e computadores. 

Por sua vez, o comércio consiste na troca de produtos ou valores com o objetivo de obter lucro. É uma atividade que promove a circulação de mercadorias, conectando regiões produtoras com regiões consumidoras. Além disso, tem uma função social importante: estimula a produção e o consumo, amplia os meios de transporte e comunicação e contribui para o intercâmbio cultural entre os povos. 

O comércio pode se organizar de duas formas principais: 

• varejista – vende diretamente ao consumidor final;
• atacadista – compra em grandes quantidades do produtor e revende para o varejo, geralmente com menor diversidade e maior volume. 

Já os serviços abrangem atividades desenvolvidas principalmente nos centros urbanos e que não pertencem à indústria nem à agropecuária. Englobam serviços de educação, saúde, transporte, finanças, tecnologia da informação, telecomunicações e atividades administrativas, entre outros. Esse conjunto forma o chamado setor terciário da economia, que tem apresentado as maiores taxas de crescimento tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. 

A indústria tem papel central no crescimento de longo prazo. É considerada um setor-chave da economia, por sua capacidade de gerar inovações tecnológicas e aumentar a produtividade. Por isso, políticas industriais costumam focar na modernização produtiva, no estímulo à inovação e no fortalecimento da capacidade de investimento¹. Essa tese inspirou os programas latino-americanos de industrialização, que, por meio da substituição de importações, tiveram forte influência nas políticas industriais brasileiras na segunda metade do século XX. 

O esforço de crescimento econômico de Minas Gerais se baseou nessa mesma visão, resultando em um amplo elenco de políticas públicas direcionadas à superação da defasagem tecnológica existente àquela época. 

Superada a fase do crescimento industrial com a substituição de importações, e concluída a transição definitiva do país – e do Estado – de uma economia rural e agroexportadora para urbano-industrial, torna-se necessário repensar a política industrial com base em novos mecanismos de investimento, incentivos fiscais e crédito. 

O desafio é modernizar a base produtiva com foco em tecnologia e valor agregado. Além disso, a abertura comercial nas últimas décadas do século XX trouxe novas demandas e oportunidades. A estrutura industrial mineira passou a ser influenciada pelas trocas comerciais com o exterior, exigindo políticas públicas que conciliem modernização produtiva, incentivos à exportação e fortalecimento do mercado interno.

1 BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS. Integrando a indústria para o futuro. In: ___. Minas Gerais do Século XXI. Belo Horizonte: Rona, 2002. v. 6.