O planejamento público de incentivo às cadeias produtivas pode ser visto segundo duas óticas de análise. A primeira é sobre a organização de programas governamentais de apoio ao investimento e ao aprimoramento técnico direcionados às cadeias produtivas. Uma alternativa é que esses programas variem segundo o tipo de cadeia produtiva. A segunda se refere à dimensão política dos programas propostos, de tal forma que se constituam as condições para a formação de coalizões de atores políticos e lideranças locais com a finalidade de pactuar programas de desenvolvimento para cadeias produtivas de relevância nas diferentes regiões.

Uma cadeia produtiva regional pode ser definida como uma sequência de setores econômicos, espacialmente concentrados, que se unem por relações contínuas de compra e venda, no interior da qual os produtos são elaborados. Resulta da divisão do trabalho e do fortalecimento de laços de interdependência entre os agentes econômicos. Por isso, as cadeias produtivas apresentam algumas características essenciais: elas são criadas por processos de desintegração vertical, por exemplo, uma firma que antes realizava todos os processos produtivos necessários à obtenção de um determinado produto final passa a dividir esses processos de produção com outras firmas, complementares entre si e interdependentes; além disso, as pressões competitivas por maior integração e coordenação entre aqueles processos de produção, ao longo das cadeias, ampliam as articulações entre os agentes econômicos que dela fazem parte.

Normalmente, a expressão “cadeia produtiva” se refere a situações em que há apenas uma sequência linear de setores. Entretanto, o entrelaçamento de cadeias é comum. As cadeias produtivas de uma economia regional podem ser reunidas em conjuntos — blocos —, que constituem macrocadeias. Estudos realizados pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais — BDMG — identificaram, na última década, cinco grandes cadeias em Minas Gerais: construção civil, metal-mecânico, químico, têxtil/calçados e agroindustrial.