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Carne

Entenda

Informações Gerais

A cadeia produtiva da carne envolve os fornecedores de insumos (produtos veterinários, alimentação animal, máquinas, equipamentos e serviços relacionados à manutenção dos espaços e à reprodução dos rebanhos), os produtores rurais (geração, criação e engorda animal), a indústria e o comércio. Em seu sentido mais amplo, compreende também os processos relacionados à geração de conhecimento e informação sobre o tema (instituições de treinamento e de pesquisa), além das atividades de apoio aos produtores (instituições governamentais, sindicatos etc.)1.

O Brasil e Minas Gerais são importantes produtores mundiais de carnes bovina, suína e de aves. Segundo dados de 2018 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Brasil possui o 2º maior rebanho mundial de gado de corte e figura também na 2ª posição na produção de carne bovina. Conforme a Pesquisa Pecuária Municipal, do IBGE, a produção brasileira é fortemente concentrada na região Centro-Oeste, embora Minas Gerais ocupe a segunda posição no ranking nacional do rebanho, com 23,7 milhões de cabeças, atrás apenas do Mato Grosso2.

No PIB do Agronegócio de Minas Gerais, a produção de carnes respondeu, em 2017, por 1,8% do total. Na produção de carnes, a bovina contribuiu com 46%, a de aves com 33% e a suína com 21%3. Naquele ano, foram abatidos com inspeção 2,8 milhões de bovinos no Estado, o que corresponde a 9% do total dos abates inspecionados no País. Entre as regiões mineiras, o Triângulo possui o maior rebanho (4.000.000 de cabeças), seguido do Sul de Minas, do Norte de Minas e da região Central4.

O País e o Estado também são expoentes na produção de carne suína e de aves. Na suinocultura, dados de 2018 posicionam o Brasil na quarta colocação nos rankings mundiais de rebanho, produção e exportação (4% do rebanho, 3,3% da produção e 9,5% da exportação total)5. Já na avicultura, informações de 2017 indicam o Brasil como o maior exportador mundial de carne (com 38,3% das exportações totais e 4.280 milhões de toneladas) e como o 2º maior produtor (com 15% da produção mundial e 13.440 mil toneladas, atrás apenas dos Estados Unidos)6.

Dados do IBGE de 2016 colocam Minas Gerais na quarta posição nacional em relação ao rebanho suíno, com cerca de 12,4% de participação no rebanho total, e na quinta posição quanto ao rebanho de aves de corte, com 9% do rebanho brasileiro. No Estado, o rebanho suíno está fortemente concentrado no Triângulo Mineiro e na Zona da Mata, enquanto o plantel da avicultura se localiza principalmente nas regiões Central, Triângulo e Centro-Oeste7.

Ainda quanto à produção de carne suína e de aves, o Brasil, e em particular Minas Gerais, têm apresentado grande evolução nos sistemas produtivos. Nos dois segmentos, pode-se dizer que o protocolo de produção já conta com o predomínio do confinamento e a elevada especialização genética dos animais de produção.

Especificamente quanto à produção de carne bovina, a adoção da tendência mundial de transição da produção de carne do sistema de pasto para o de confinamento ainda é incipiente. Em Minas Gerais, por exemplo, a ocupação do território com pastagens chega a 31%8. O segmento vem incorporando os sistemas públicos de rastreabilidade e de defesa sanitária, que são condições necessárias para a exportação. Saiba mais sobre a rastreabilidade no tópico abaixo.

As políticas públicas relacionadas à cadeia produtiva da carne voltam-se, entre outros pontos, para atividades de pesquisa, extensão rural e assistência técnica, para a rastreabilidade da carne bovina, para a inspeção e a fiscalização sanitárias, para o controle de qualidade dos produtos e para a melhoria do rebanho e do manejo.

Os matadouros e os frigoríficos necessitam de alvará da vigilância sanitária para funcionar e, conforme seu porte, passam também por licenciamento ambiental. Em relação à pequena e à média produção, o grande desafio das políticas públicas é a formalização da produção, inclusive como forma de garantir um produto com baixo risco sanitário.



1 BUAINAIN, Antônio Márcio; BATALHA, Mário Otávio. (Coordenadores.) Cadeia produtiva da carne bovina. Brasília: IICA: MAPA/SPA, 2007. Disponível em: <http://repiica.iica.int/docs/B0585p/B0585p.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2018.

VIANA, Giomar; FERRAS, Robson P. R. A cadeia produtiva do leite: um estudo sobre a organização da cadeia e sua importância para o desenvolvimento regional. Revista Capital Científico, Guarapuava — PR, v.5, n.1, jan./dez. 2007, p. 23-40.

2 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Subsecretaria do Agronegócio. Bovinocultura leite e corte. Belo Horizonte, 2018. 73 p. Disponível em: <http://www.agricultura.mg.gov.br/images/Arq_Relatorios/Pecuaria/2018/Jun/bovinocultura_leite_corte_jun_2018.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.

3 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Perfil do agronegócio mineiro — pecuária. Julho/2018. Belo Horizonte, 2018.

4 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Subsecretaria do Agronegócio. Bovinocultura leite e corte. Belo Horizonte, 2018. 73 p. Disponível em: <http://www.agricultura.mg.gov.br/images/Arq_Relatorios/Pecuaria/2018/Jun/bovinocultura_leite_corte_jun_2018.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.

5 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Subsecretaria do Agronegócio. Suinocultura. Belo Horizonte, 2018. 36 p. Disponível em: <http://www.agricultura.mg.gov.br/images/Arq_Relatorios/Pecuaria/2018/Jun/suinocultura_jun_2018.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.

6 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Subsecretaria do Agronegócio. Avicultura de corte. Belo Horizonte, 2018. 73 p. Disponível em: <http://www.agricultura.mg.gov.br/images/Arq_Relatorios/Pecuaria/2018/Jun/avicultura_corte_jun_2018.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.

7 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Subsecretaria do Agronegócio. Suinocultura. Belo Horizonte, 2018. 73 p. Disponível em: <http://www.agricultura.mg.gov.br/images/Arq_Relatorios/Pecuaria/2018/Jun/suinocultura_jun_2018.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.

8 MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Perfil do agronegócio mineiro — pecuária. Julho/2018. (Arquivo recebido por e-mail devido às restrições de comunicação da secretaria em razão do período eleitoral).

  • Rastreabilidade bovina

    Conforme a NBR ISO 9000:20001, da Associação Brasileira de Normas Técnicas — ABNT —, rastreabilidade é a capacidade de remontar o histórico, a aplicação ou a localização de dado produto. A rastreabilidade pode referir-se à origem dos materiais, ao histórico do processamento, à distribuição e à localização do produto ou serviço após a entrega.

    Na produção de alimentos, o rastreamento visa assegurar a manutenção das características dos produtos de forma a atestar sua qualidade, segurança e, em alguns casos, evidenciar sua natureza regional. A implantação da rastreabilidade bovina no Brasil, nos anos 2000, teve como objetivo a adequação do produto brasileiro a normas internacionais — sobretudo europeias, de países que haviam sofrido com surtos graves de zoonoses (como a febre aftosa e o mal da vaca louca)2.

    O Serviço Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina — Sisbov — foi inicialmente previsto como um sistema obrigatório, que impunha aos produtores rurais o cadastramento de todo o rebanho bovino. Como aponta Ézio Mota (2011):

    (…) no Brasil o SISBOV teve início para controlar o trânsito e o sistema de produção e alimentação dos bovídeos, de certa maneira com alguma preocupação na prevenção da multiplicação de passíveis doenças, mas não em decorrência de casos efetivos de doenças animais, pois nunca houve questões sanitárias reais e de relevância atreladas ao SISBOV. Isto explica a ocorrência de resistência por parte dos produtores em adotá-lo como um Sistema obrigatório como foi previsto em 2002. (MOTA, 2011, p. 32.)

    Desde 20063, a adesão ao Sisbov passou a ser voluntária — e o sistema tem se mostrado atraente apenas para os produtores que pretendem exportar carne in natura para países que exigem rastreabilidade. Esse baixo interesse, ainda segundo Ézio Mota (2011), se relaciona tanto à indiferença dos supermercados (responsáveis por 70% da distribuição da carne no País) ao sistema de controle e certificação oficial como à falta de demanda do consumidor brasileiro por esse tipo de certificado — o que, por sua vez, pode estar relacionada ao fato de o Brasil não ter vivido os surtos de zoonoses relacionados à carne bovina experimentados pelos países europeus.

    Saiba mais sobre Rastreabilidade Animal.



    1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9000:2000: Quality management systems — Fundamentals and vocabulary. Descriptors: Quality management. Quality assurance. Quality assurance system. Rio de Janeiro: ABNT, 2000.

    2 MOTA, Ézio Gomes da. A rastreabilidade bovina no Brasil: histórico, evolução e perspectivas de futuro. 2011. 138 p. Dissertação (Mestrado em Agronegócios.) — Universidade de Brasília (UNB) — Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Brasília, 2011. 138 p. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/8767/1/2011_EzioGomesMota.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.

    3 BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Gabinete do Ministro. Instrução Normativa nº 17, de 13 de julho de 2006. (Estabelecer a Norma Operacional do Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (SISBOV), constante do Anexo I, aplicável a todas as fases da produção, transformação, distribuição e dos serviços agropecuários). Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/rastreabilidade-animal/arquivos/in-17-2006.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.

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